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EUGÊNIO LYRA

 
 Advogado Eugênio Lyra

Morreu quinta-feira, 22 de setembro de 1977. O advogado Eugênio Lyra, 30 anos de idade, saía à luz do dia da barbearia em Santa Maria da Vitória, ao lado de sua mulher Lúcia Lyra, também advogada, grávida de cinco meses. Do nada surgiu o pistoleiro Wilson Gusmão, apontou a arma para a testa de Eugênio Lyra e atirou. Morreu ali mesmo, nos braços de sua mulher.

Ele dedicou sua vida à defesa dos trabalhadores rurais, dos posseiros ameaçados pela grilagem da terra no Além São Francisco. Eugênio Lyra iria a Salvador no dia seguinte para prestar depoimento na CPI da Grilagem nesta Assembléia Legislativa da Bahia.






Padre Antônio Henrique



Coordenador da Pastoral da Arquidiocese de Olinda e Recife.


Professor e especialista em problemas da juventude, desenvolvia atividades junto ao Arcebispo Dom Helder Câmara.


Por sua destacada posição, firmemente contrária aos métodos de repressão utilizados pelo governo, tendo como destaque a missa que celebrou em memória do estudante Edson Luiz de Lima Souto, Padre Antônio Henrique passou a receber constantes ameaças de morte por parte do chamado CCC.


No dia 26 de maio, foi seqüestrado, por este mesmo CCC. Seu corpo foi encontrado, no dia seguinte, em um matagal existente na Cidade Universitária de Recife, pendurado de cabeça para baixo, em uma árvore, com marcas evidentes de tortura: espancamento, queimaduras de cigarro, cortes profundos por todo o corpo, castração, e dois ferimentos produzidos por arma de fogo.







A macabra lógica dos torturadores era esta: se a eliminação do próprio Dom Hélder não era recomendável porque repercutiria internacionalmente, deixando o governo brasileiro em situação delicada, o caminho era o assassinato de um auxiliar direto da Arquidiocese. Desta forma, deduziam eles, o arcebispo recuaria e o crime não teria grande repercussão porque a vítima, digamos assim, era “menos importante”.

No inquérito aberto no Tribunal de Justiça de Pernambuco, para apurar as circunstâncias da morte de Padre Henrique, foram acusados como responsáveis pelo seqüestro, tortura e morte Rogério Matos do Nascimento, delegado Bartolomeu Gibson, investigador de polícia Cícero Albuquerque, tenente José Ferreira dos Anjos, da Polícia Militar, Pedro Jorge Bezerra Leite, José Caldas Tavares e Michel Maurice Och.
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Entre as testemunhas de acusação, estavam a mãe do Padre Henrique, Sra. Isaias Pereira, e uma investigadora de polícia, de nome Risoleta Cavalcanti, que acusaram as pessoas acima mencionadas, não só por este assassinato, mas também, pelo metralhamento que deixou paralítico, em 1969, o líder estudantil recifense, Cândido Pinto de Melo.


Segundo o Desembargador Agamenon Duarte de Lima, do Tribunal de Justiça de Pernambuco, “Há provas da participação do CCC no assassinato do Padre Henrique, mas é possível que também esteja implicado no episódio o Serviço Secreto dos Estados Unidos, a CIA.”


Do inquérito, resultou o arquivamento. Nenhum dos acusados foi condenado, apesar dos testemunhos e provas irrefutáveis.


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Frei Tito, 30 anos do martírio










          Em 10 de agosto completam-se trinta anos da trágica morte de Frei Tito de Alencar Lima , em L`Arbresle, no Sul da França. Em sua dor gravou-se o que de mais hediondo produziu o militarismo brasileiro e, nele, reflete-se a venerável indignação de quantos acreditam na política como expressão coletiva de princípios éticos.

          No sofrimento de Tito, tornado símbolo das vítimas de torturas elencadas no livro “Brasil, Nunca Mais” (Vozes), inscreve-se a esperança de quantos acreditam na política como mediação de utopias libertárias. Preso em novembro de 1969, em São Paulo, acusado de oferecer infra-estrutura a Carlos Marighella (1), Tito é submetido à palmatória e choques elétricos, no Departamento de Ordem Política e Social (DEOPS), em companhia de seus confrades.



abaixo, vídeo sobre oração do Frei


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